sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

QUANDO O INEVITÁVEL ACONTECE


Quantas vezes, no percurso de nossa vida, ouvimos a seguinte frase: “Tome uma atitude! Você não fará nada para mudar isso?”

Essa frase, que contém a solicitação da emergência de um ato, não ouvimos somente das outras pessoas, mas também, de dentro de nós mesmos. Aquela “vozinha” que diz para você sair da sua zona de conforto, lhe perguntando por quanto tempo mais você pretende continuar naquela situação, já que você bem sabe que não há como recuperar o que um dia houve... afinal, nada é para sempre, nem nós mesmos...

Ora, se temos consciência da nossa finitude, se sabemos que tudo na vida tem um ciclo de início, meio e fim, por que insistimos na ideia de que uma relação, um amor, uma amizade, só foi verdadeira se o laço não foi rompido? O que um dia foi bom não pode se esgotar? Os sentimentos não podem mudar com o passar do tempo, levando em consideração que as pessoas mudam, necessidades dão lugares à outras tantas necessidades? As prioridades, projetos e ideais não vão se aprimorando com a maturidade, com a percepção da realidade e contexto no qual vivemos?

Tudo isso, em algum momento, já ouvimos ou lemos... Faça assim, fale desse jeito, aja dessa forma... Partindo desse princípio, seria muito simples: aplicaríamos os conceitos e instruções em nossa vida, como uma formula matemática, cujo resultado final, deveria dar exato! Ou não? E se sobrarem restos? Faz-se o que?

Faz-se o que? Talvez algo do qual não conseguimos escapar nunca: Escolhas!

Ah, como é difícil escolher determinadas coisas, e disso não temos como sair. Ou permanecemos ou saímos. Não há outra possibilidade. Pagar o preço pelas nossas escolhas é, também, prestar contas ao nosso desejo. Estamos realmente fazendo o que desejamos? Nossas atitudes e ações estão em consonância com os nossos desejos?

Será que aquilo que chamamos de inevitável, que justificamos ser um acaso do destino, não é uma resposta “do” nosso real desejo? Ou seria uma resposta “ao” nosso real desejo?

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